Metais Frágeis
Nos museus, as espadas que permanecem mais fiéis àquilo que eram,
Não são as de ferro, essas parecem ter sido digeridas pelo longo
Intestino do tempo e só com um pouco de imaginação se conseguem
Adivinhar os cortes letais que um dia foram capazes de infligir,
No entanto, são as tecnologicamente ultrapassadas, frágeis,
Que mantêm a sua forma original, mais verdes, mas com a ponta ainda
Afiada, ainda capazes de levar a cabo a sua função e apagar os olhos
Que as admiram, fazem-me lembrar a origem das cicatrizes que carrego
E a natureza das lâminas que as originaram, houve ferro que quebrou facilmente
O bronze, ferro que agora se desfaz se contra a pele e a lâmina de bronze,
Apesar de quebrada, continua intacta na memória e durará até
Que um dia chegue a hora de fechar o meu museu de aldeia.
Seul
11.11.2017
João Bosco da Silva
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