sábado, 11 de novembro de 2017

Metais Frágeis 

Nos museus, as espadas que permanecem mais fiéis àquilo que eram, 
Não são as de ferro, essas parecem ter sido digeridas pelo longo 
Intestino do tempo e só com um pouco de imaginação se conseguem 
Adivinhar os cortes letais que um dia foram capazes de infligir, 
No entanto, são as tecnologicamente ultrapassadas, frágeis, 
Que mantêm a sua forma original, mais verdes, mas com a ponta ainda 
Afiada, ainda capazes de levar a cabo a sua função e apagar os olhos 
Que as admiram, fazem-me lembrar a origem das cicatrizes que carrego 
E a natureza das lâminas que as originaram, houve ferro que quebrou facilmente 
O bronze, ferro que agora se desfaz se contra a pele e a lâmina de bronze, 
Apesar de quebrada, continua intacta na memória e durará até 
Que um dia chegue a hora de fechar o meu museu de aldeia. 

Seul 

11.11.2017 

João Bosco da Silva 

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