Arrefecimento
Quantos verões passaram, a quantos corpos alheios nos entregamos,
Sabíamos nós, que aquele restolho o último em que o sol de Agosto
Ainda nosso, hoje lembro-me de ti com pena, como sempre,
Surges-me por acaso, como uma traça batendo no vidro à
procura de calor,
Não tivesse o amor ou aquilo em que acreditávamos que fosse,
Fermentado como um tubarão, mas o copo já vazio há muito
E a sede é um purgatório interminável, sempre com vontade de
mais
Um corpo onde sujar a alma, mas até o teu sorriso era triste
ao sol do meu lado.
Reynir
08.08.2020
João Bosco da Silva
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