quinta-feira, 13 de agosto de 2020




Homem do Saco

Há sempre alguém, em todas as cidades, que vai de caixote em caixote,
Recolhendo garrafas e latas vazias, como aquele homem curvado
Em Reiquiavique, em frente à oponente catedral, onde turistas,
Olhando em segunda mão, captam com as suas objectivas uma imagem
Que ficará esquecida em cartões de memória, também eu,
Vou recolhendo para a página em branco, palavras vazias, tentando resgatar
Algum valor, ou pelo menos criar a ilusão, que no gesto pobre de recolher
O lixo do meu vocabulário, para o papel, tenha ganho o dia e a vida.

Reynir

08.08.2020

João Bosco da Silva

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