Homem do Saco
Há sempre alguém, em todas as cidades, que vai de caixote em
caixote,
Recolhendo garrafas e latas vazias, como aquele homem
curvado
Em Reiquiavique, em frente à oponente catedral, onde
turistas,
Olhando em segunda mão, captam com as suas objectivas uma
imagem
Que ficará esquecida em cartões de memória, também eu,
Vou recolhendo para a página em branco, palavras vazias,
tentando resgatar
Algum valor, ou pelo menos criar a ilusão, que no gesto
pobre de recolher
O lixo do meu vocabulário, para o papel, tenha ganho o dia e
a vida.
Reynir
08.08.2020
João Bosco da Silva
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