domingo, 24 de janeiro de 2010




Cinza Cinzenta

O fogo passa e revela a verdadeira cor dos homens.
O tempo arde e os cabelos ficam brancos
Quando a melanina se cansa.
As vaidades, as intolerâncias e outras incoerências,
Vão-se com o fumo, toxinas em vapor de água.
Só a verdade fica, cinzenta,
Só a cinza de tons heterogéneos
Onde não se vêem pecados ou passados.
Só ossos mal acabados pelo fogo,
Um anel esquecido da sua inutilidade,
Um dente que persiste no seu brilho dourado...
A cinza que resta, mais real do que qualquer ideia,
Ou deus mudo na hora do
Último estado.
Todos o mesmo fim, todos o mesmo início,
O que está entre é só da sorte.
A cor do meu irmão é a da minha cinza cinzenta
E essa ja não importará.

29.11.2009

Savonlinna

João Bosco da Silva

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